Hoje aconteceu uma situação bastante incomun.
Peguei um circular(ônibus que trafega dentro da cidade) para ir ao centro, quando em uma das paradas entra uma senhora com um cachecol. Gelei! Esfriou o estômago!!! Ela usava o cachecol que foi de minha mãe! o cachecol que fiz com restos de lã. Fixei os olhos no cachecol até ter certeza que era o da minha mãe. Sim, era ele, feito com lã rosa, branca e marron, reconheci cada listra, reconheci o meu jeito de terminar um listra. Enfim, confirmada a procedência, comecei a chorar! Lembrei da minha mãe... Alguns passageiros me olharam com espanto e outros com surpresa, mas nem liguei.
Eu fiquei imaginando qual a probabilidade dessa situação acontecer? Uma em um trilhão?
Mais uma coincidência, descemos na mesma parada e nos dirigimos para o mesmo local. Putz! Isso é uma tortura!
Mas dentro da repartição pública nos separamos. Só faltava ela ir a mesma seção!!!
No pequeno percurso da parada ao prédio fiquei tentada em "puxar" uma conversa, falar da minha mãe, a dona do cachecol. Saber como ele chegou até ela. Contar que eu o tricotei. Mas não tive coragem, melhor assim. Nunca mais irei vê-la e nem o cachecol.
Na vida há situações inusitadas...
Só para esclarecer doei as roupas da mamãe para um abrigo de idosos.